Tem dias que a voz some
Tem noites de cigarro
Manhãs de pigarro
Tardes que consomem
Foi numa noite dessas
Talvez fosse até de dia
O telefone tocou, rouco
Atendi meio às pressas
A voz lá dentro, sei de cor
O ritmo, o tom, o timbre
Não sei o quê denunciou
Tudo ia de mal a pior
Eu tranquei a cadeado
Procurei o choro por todos os lados
E nada
Eu contei até vinte
E escutei, no canto do ouvido ruim
Calada
Da próxima vez que você me ameaçar
Vou sem nem pensar, correndo
Vou atrás, nem que seja morrendo
Pela primeira vez, você vai me escutar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário