segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
Controle
Quero matar todos vocês, cortá-los em pedacinhos, jogá-los aos tubarões, pescar os tubarões, fazer um prato bem gostoso com eles, contratar garçons e músicos pra tocarem num jantar que farei para suas mães.
Musa inspiradora
A pior coisa que já me aconteceu foi perder a vontade de escrever. Dizem, com palavras bonitas, "perder a inspiração". Acho que não perdi inspiração nenhuma, só não conseguia expirar. Era um negócio agoniante ficar com tanto ar dentro dos pulmões e nada do ar sair. Parecia que tinha chegado pra mim uma aposentadoria do lápis e do caderninho sem linha, o fim de uma carreira que mal começou.
Aí, hoje, pensei: e se eu estiver escrevendo dentro de mim? Pois é bem isso mesmo. Virei uma mãe ciumenta e super protetora que não consegue ver os filhos em perigo, muito menos sendo julgados por quem não os conhece, não os criou.
Estou tatuando nas minhas vísceras, usando minhas veias e artérias como linhas.
Estou grávida de palavras.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Papel Teimoso
Seu Elias escutou
Baixinho, no ouvido velho
O ambulante aos berros
Vendendo doce barato
No bolso esquerdo
Duas moedinhas brindavam
Por sair da caixa do cobrador
Direto para o vovô
Comprou uma bala
Com gosto de menta
Papel verdinho
Da cor do mato
Pousou a bala
Debaixo da língua
Sentiu o açúcar
Esverdeado
Ele olhou
Para o papel de bala
Lembrou do gado
Do sertão, a morrer
"Vou jogar fora
Esse papel babado"
Pela janela,
Viu desaparecer
Pois bem atrás.
No banco, dormindo,
Tinha um casal
Apaixonado
Elias fechou uma janela
Logo após largar o rejeitado
E o papel voltou, pela outra,
Desesperado
E o casal foi, então,
Acordado!
Baixinho, no ouvido velho
O ambulante aos berros
Vendendo doce barato
No bolso esquerdo
Duas moedinhas brindavam
Por sair da caixa do cobrador
Direto para o vovô
Comprou uma bala
Com gosto de menta
Papel verdinho
Da cor do mato
Pousou a bala
Debaixo da língua
Sentiu o açúcar
Esverdeado
Ele olhou
Para o papel de bala
Lembrou do gado
Do sertão, a morrer
"Vou jogar fora
Esse papel babado"
Pela janela,
Viu desaparecer
Pois bem atrás.
No banco, dormindo,
Tinha um casal
Apaixonado
Elias fechou uma janela
Logo após largar o rejeitado
E o papel voltou, pela outra,
Desesperado
E o casal foi, então,
Acordado!
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